Estudo avalia contaminação de água por vírus

Uma dissertação de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias da UFRGS, defendida recentemente, analisou a presença de rotavírus em fezes de bovinos e na água de propriedades rurais de Taquara, Rolante e Riozinho. O estudo, de autoria de Bianca Bergamaschi, foi orientado pelo pesquisador Paulo Roehe, do Instituto de Pesquisas Veterinárias Desidério Finamor (IPVDF), unidade da Fepagro em Eldorado do Sul.
Em seres humanos, o vírus é o principal agente causador da morte por diarreia em crianças de até cinco anos. O trabalho detectou a presença do microorganismo apenas na água das propriedades. Foram analisadas 104 amostras, provenientes de diversas fontes, como caixas d’água e poços artesianos. A contaminação mais alta foi encontrada em Taquara, onde 44% da água analisada continham o rotavírus. Em Rolante, esse índice foi de 36% e, em Riozinho, de 20%.
Como não se observou a presença do rotavírus nos 38 exemplares de fezes analisados, a origem dele não foi descoberta. Ela está sendo investigada em nova pesquisa desenvolvida pelo Grupo de Pesquisa em Indicadores de Qualidade Ambiental - Uso de Diferentes Agentes Virais como Marcadores de Impacto Ambiental, mantido pela Feevale em parceria com a UFRGS. “Pretendemos seguir realizando coletas de fezes junto ao IPVDF para detecção do rotavírus, assim como em outras propriedades do RS. Até o meio do ano já devemos ter mais resultados”, afirma a autora.
Ela explica que a água é uma das principais maneiras de disseminação do microorganismo, acrescentando que “o tratamento de água no Brasil não consegue inativar o rotavírus”.
Texto: Mírian Socal Barradas
Divisão de Comunicação Social/Fepagro