Pesquisadores do IPVDF participam de curso de formação para RT de biotérios

Despertar a consciência ética de médicos veterinários para que zelem pelo bem-estar dos animais usados em experimentação. Esse foi o objetivo principal do Curso de Formação para Responsáveis Técnicos (RT) de Biotérios, promovido pela Escola Superior de Ética do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio Grande do Sul (CRMV-RS) nos dias 5 e 6 de maio. Pesquisadores da Fepagro Saúde Animal – IPVDF, de Eldorado do Sul; uma pesquisadora da Fepagro Viamão; e o coordenador da Comissão de Ética no Uso de Animais da Fepagro (Ceua), Fernando Karam, estavam entre os cerca de 40 participantes.
Segundo Karam, a formação é uma exigência do Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea), órgão vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), devido à Lei 11.794/2008 (Lei Arouca). “As instituições e laboratórios devem ser credenciados ao Concea e ter seus protocolos de pesquisas aprovados por uma comissão de ética. E a Fepagro vem se preparando desde então, participando de formações”, explicou. Conforme o médico veterinário, é preciso reduzir o número de animais em pesquisa, se possível, e evitar ou diminuir ao máximo o sofrimento de animais utilizados.
A coordenadora do curso, presidente da Sociedade Brasileira de Ciência de Animais de Laboratório (SBCAL), Luisa Maria Braga, participou também como palestrante. Ela abordou os temas “Legislação Brasileira”, Reprodução Genética na Prática” e “Controle Sanitário: Como Montar um Programa”. De acordo com Luisa, a finalidade da formação foi orientar os médicos veterinários que precisam assumir a responsabilidade técnica dos biotérios devido à Lei Arouca. “A lei, que regulamentou o uso de animais em experimentos científicos, determina que todo biotério tenha um médico veterinário como responsável técnico”, esclareceu.
A também palestrante, médica veterinária da Universidade Federal de Goiás (UFG), Ekaterina Rivera, falou sobre os temas “O Médico Veterinário e seu Papel na Ciência de Animais de Laboratório”, “Bem-Estar” e “Pontos Finais: Humanitários e Eutanásia”. Ela destacou que, para poder zelar pelo bem-estar dos animais, é necessário conhecer a biologia e a etologia da espécie com a qual se vai trabalhar. “Precisamos buscar alternativas ao uso de animais; reduzir o número de animais utilizados; e aprimorar as técnicas usadas, evitando a dor e o sofrimento desses animais. Isso significa observar os princípios dos 3 Rs, em inglês: Replacement, Reduction e Refinement (Reposição, Redução e Refinamento)”, pontuou.
Participantes da Fepagro
Lucas Moraes – responsável técnico do biotério do IPVDF, em Eldorado do Sul
Fabrine Finkler – bolsista do IPVDF, mestranda em Virologia
Goreti Rainincheski – responsável técnica do biotério da Fepagro Viamão
Fernando Karam – coordenador da Comissão de Ética no Uso de Animais da Fepagro e pesquisador da Fepagro Camanha, de Hulha Negra
Texto: Darlene Silveira
Fotos: Solange Brum