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Pesquisador do IPVDF participa de curso sobre miíases no Panamá

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grupo de pesquisadores posam para foto em frente à instituição no Panamá
Pesquisadores estudam sobre miíases na Panamá - Foto: Divulgação IPVDF/Fepagro Saúde AnimalDownload

O pesquisador do Instituto de Pesquisas Veterinárias Desidério Finamor (IPVDF)/Fepagro Saúde Animal, João Ricardo Martins, realizou, no final de outubro, um curso de atualização em identificação de miíases (larvas que causam infecção em tecidos vivos) em Pacora, no Panamá. Como parte de um programa de apoio ao controle melhorado da mosca causadora da bicheira nas Américas, o programa de erradicação desse inseto, conduzido pela Comissión Permanente de Erradicación del Gusano (Copeg), formado por uma comissão mista EUA/Panamá, proporcionou um curso de capacitação e uma exposição com visita a uma fábrica de moscas, além da discussão com os setores envolvidos no processo de produção de insetos estéreis, os quais são semanalmente liberados como estratégia de controle na região-alvo do programa. O curso foi financiado pela Agência Internacional de Energia Atômica, com sede em Viena, Áustria.

Martins conta que a planta produtora de moscas estéreis foi inaugurada em 2006, com nível dois de segurança, instalada para a produção massiva de moscas, com capacidade de produção semanal de até cem milhões de insetos.  Atualmente, como estratégia de barreira sanitária, são produzidas e liberadas cerca de 18 milhões de moscas estéreis, entre o Panamá e a entrada do território colombiano.

Conforme o pesquisador, a região da América Central erradicou esse inseto em 2008, sendo que o México considerou-o erradicado só em 2000. Os Estados Unidos foi o primeiro país a ser considerado livre da bicheira no início dos anos 1980. “O Panamá gastou em torno de US$ 40 milhões na implantação dessa fábrica, sendo que os custos da manutenção dessas atividades são da ordem de US$ 15 milhões anuais, sendo 90% dos recursos de origem americana (agência ARS) e 10% panamenha, com forte inserção do setor produtivo”, explica.

O programa conta com a participação de 220 funcionários que trabalham diretamente em um processo de turnos rotativos, 24 horas contínuas; e cerca de 80 técnicos-administrativos, além de 38 colaboradores de campo que monitoram permanentemente todas as ações. “Outro grupo de apoio, com 30 funcionários, trabalhando  dentro de uma área do aeroporto do Panamá, realiza a dispersão dos insetos, através de dois aviões especialmente adaptados, durante quatro dias semanais, desde 2006”.   

De acordo com Martins, no Brasil, os prejuízos à bovinocultura estimados pela ação desse inseto são de aproximadamente US$ 460 milhões anuais, sendo que também a ovinocultura é fortemente atingida pelo parasitismo desse inseto. Ele destaca ainda o elevado número de registros de casos de miíases em humanos no país, com repercussão importante na saúde pública.

“A exemplo do programa de controle da mosca das frutas, onde a técnica de esterilização também é utilizada, a adoção de um programa similar tende a ser discutida no Brasil, onde estudos de viabilidade e dinâmica populacional ainda necessitam ser previamente conduzidos”.

 

Texto: Darlene Silveira

Instituto de Pesquisas Veterinárias Desidério Finamor