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Trabalho de mestrado em saúde animal da Fepagro aborda qualidade microbiológica de alimentos

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grupo de pesquisadores posam para foto
Membros da banca, orientadores e coordenador do Programa de Pós-graduação em Saúde Animal da Fepagro - Foto: Divulgação Fepagro Saúde Animal/IPVDFDownload

Verificar a qualidade microbiológica de insumos alimentares (farinhas de origem animal, farelos vegetais e rações) utilizados na avicultura, quanto à presença da bactéria Escherichia coli, fatores de virulência e resistência antimicrobiana. Esse foi o objetivo do primeiro trabalho de mestrado do Programa de Pós-graduação em Saúde Animal da Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro), cuja tese foi defendida no dia 22 de fevereiro. A dissertação foi apresentada pela aluna Juliana Marzari Rossato, no auditório do IPVDF, em Eldorado do Sul, sob a coordenação do pesquisador José Reck. A pesquisa foi desenvolvida no Laboratório de Saúde das Aves e Inovação Tecnológica (LSAIT) da Fepagro, com orientação da pesquisadora da instituição, Kelly de Brito, coorientação do pesquisador Benito de Brito, também da Fepagro, e da pesquisadora Renata Kobayashi, da Universidade Estadual de Londrina (UEL).

Segundo Juliana, a pesquisa foi motivada por causa das grandes perdas por condenação de carcaças em abatedouros e prejuízos durante a criação das aves por consequência de doenças ocasionadas pela E. coli. “A cadeia avícola pode ter várias fontes de veiculação de organismos potencialmente patogênicos, e a pesquisa teve como foco a alimentação animal, etapa inicial e fundamental da criação dos animais”, explica.

A presença de E. coli foi verificada mesmo em baixas concentrações, em vários dos insumos analisados, sendo os ingredientes vegetais os que apresentaram maior contaminação. “Foram verificadas, principalmente em farinhas de origem animal, a presença de alguns genes de virulência associados à E. coli patogênica para aves (APEC), um patotipo que causa lesões extraintestinais localizadas ou sistêmicas nas aves, mas que é relacionado com potencial zoonótico por alguns autores; e para E. coli diarreiogênicas, que causam lesões intestinais em animais e humanos”.

Juliana conta que foi observada uma alta frequência de resistência antimicrobiana nas bactérias isoladas das rações, produto final pronto para o consumo animal, e nas bactérias isoladas nos farelos vegetais. A maior resistência ocorreu para os antimicrobianos pertencentes às classes das sulfonamidas e ß-lactâmicos, consideradas como de grande importância para os órgãos mundiais de saúde humana (OMS) e animal (OIE), por serem os principais fármacos utilizados no combate de infecções bacterianas. Também foram encontradas, em vários dos insumos analisados, E.coli multirresistentes, resistentes a três classes diferentes de antimicrobianos ou mais.

Para a pesquisadora, os resultados encontrados demonstram a importância do controle microbiológico na alimentação animal, para evitar perdas na produção (econômicas), atender às exigências quanto à segurança de alimentos para os animais e evitar que uma possível contaminação persista ao longo da criação dos animais para consumo humano e possa atingir o consumidor final, causando problemas de saúde pública.

A Equipe do LSAIT vem desenvolvendo pesquisas com amostras ambientais de aviários, abatedouros, carcaças de frango antes e após o processo de abate e industrialização avaliando a presença dessa bactéria e de outras com importância para a saúde pública e para a saúde animal.

Os membros da banca avaliadora do trabalho foram: o pesquisador da Fepagro, Lucas Brunelli de Moraes; a professora da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Maristela Lovato; e a professora da Universidade de Passo Fundo (UPF), Laura Beatriz Rodrigues.

Instituto de Pesquisas Veterinárias Desidério Finamor