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Expointer: Saúde animal em pauta na Fepagro

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palestrante fala para público usando power point
Debate enfocou qualidade na indústria de frangos - Foto: Darlene Silveira/FepagroDownload

Saúde animal foi o tema de debate desta quinta-feira (1) que ocorreu na Casa da Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro) na Expointer.  A palestra “O que a indústria de frangos está fazendo para garantir a qualidade dos produtos?” foi apresentada pelo fiscal estadual agropecuário, João Juliano Pinheiro.

Ele contou que, com o avanço dos processos nas indústrias frigoríficas, é necessário um controle de qualidade para garantir a segurança e a inocuidade dos produtos. “Cada vez mais, a fiscalização entende que é dever das empresas a preocupação com esse controle e que elas devem estabelecer um programa orientando todas suas atividades em que têm relação com o assunto”, esclareceu.

Segundo Pinheiro, são 15 os Programas de Autocontrole descritos no Manual de Boas Práticas de Fabricação das empresas. O objetivo de todos é garantir a maior segurança microbiológica possível aos produtos, de forma a evitar a introdução de qualquer tipo de contaminação nos alimentos manipulados na indústria, evitar a contaminação cruzada e evitar a multiplicação de micro-organismos já presentes. “Além disso, alguns programas também têm a finalidade de evitar possíveis fraudes cometidas aos consumidores e melhorar a eficiência do Serviço de Inspeção. Os programas de autocontrole, quando bem implantados, tendem a aumentar a qualidade dos produtos e a confiabilidade da empresa frente ao Serviço de Inspeção”. 

IPVDF 

O pesquisador da Fepagro Saúde Animal/Instituto de Pesquisas Veterinárias Desidério Finamor (IPVDF), José Reck, mostrou o “Panorama do Programa de Pesquisa em Saúde Animal da Fepagro e do Mestrado em Saúde Animal (PPGSA)”. O programa compreende atualmente cerca de vinte pesquisadores. 

“Os projetos do programa de pesquisa envolvem tanto a pesquisa de doenças e aspectos do manejo sanitário de animais de produção, como também a investigação de agentes com impacto em saúde pública (humana e animal), particularmente microrganismos zoonóticos”, explicou. De acordo com Reck, essa visão abrangente está alinhada com recomendações dos órgãos internacionais de agricultura, ambiente, saúde animal e saúde humana. 

“Por que a raiva bovina ainda é um problema no Rio Grande do Sul?” foi apresentada pela bolsista da Fepagro, Carla Rodenbusch. Ela contou que, na América Latina, a raiva bovina é uma doença de grande importância econômica, pois causa a morte de muitos animais. “O Morcego hematófago (Desmosdus rotundus) é o principal transmissor do vírus da raiva, e os bovinos afetados desenvolvem encefalite progressiva e fatal”. O Laboratório de Virologia do IPVDF realiza a investigação laboratorial das suspeitas clínicas, identificadas pelo serviço veterinário oficial, apoiando o Plano Nacional de Controle de Raiva em Herbívoros. 

A doutoranda da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Anelise Webster, abordou o “Controle do carrapato bovino sem carrapaticidas: realidade ou ficção?”. Conforme ela, na pecuária, especificamente, existem “pragas” de difícil controle, como por exemplo, o carrapato bovino, Rhipicephalus microplus. O controle biológico do carrapato por meio da utilização de fungos entomopatogênicos como o Metarhizium anisopliae tem sido foco de pesquisas por todo o mundo com resultados bastante consistentes em laboratório e muito animadores em nível de campo.

“Os estudos com fitoterápicos e extratos de plantas ainda estão no início, porém, trabalhos com óleos essenciais e concentrados emulsionáveis de Eucalipto, Neem indiano, Quebra tudo e Timbó mostram-se promissores no controle desse ácaro. Terapêuticas como a homeopatia vêm sendo bastante utilizadas, mas ainda sem respaldo científico. As vacinas ainda enfrentam dificuldades em condições de campo, contudo novos antígenos continuam sendo estudados por vários grupos de pesquisadores”.

De acordo coma pesquisadora, a utilização de raças naturalmente mais resistentes a esse parasito como as zebuínas, também aparecem como uma alternativa. Outro ponto importante é o manejo da propriedade, visto que a utilização de práticas simples como a rotação de pastagens, integração lavoura-pecuária, diminuição da lotação e adubagem da pastagem com compostos como ureia dificulta o desenvolvimento do ciclo do parasito, o que leva à diminuição no grau de infestação dos bovinos.

“Essas práticas utilizadas de forma isolada, na maioria das vezes, ainda não conseguem superar a eficácia dos acaricidas sintéticos em carrapatos sensíveis a estes princípios, no entanto, quando utilizadas em associação, aumentam sua eficiência proporcionando até mesmo o controle de populações de carrapatos resistentes aos acaricidas químicos. Além disso, a utilização e popularização destas alternativas não-químicas é ferramenta essencial para atender a novas demandas e enfrentar a resistência aos anti-parasitários”.

 

Texto: Darlene Silveira

Instituto de Pesquisas Veterinárias Desidério Finamor